Os indicadores recentes revelam um cenário de retomada gradual e sustentável do consumo interno no Brasil. Os números do primeiro trimestre de 2025 apontam que o consumo das famílias brasileiras cresceu 1% em relação ao trimestre anterior e 2,6% na comparação anual, conferindo um novo fôlego à economia nacional.
Dados do IBGE e da ABRAS convergem para a ideia de que as famílias estão reorganizando seus orçamentos, aproveitando o cenário de maior estabilidade econômica. No primeiro trimestre de 2025, o consumo nos lares avançou 2,48%, mesmo sem o impulso sazonal da Páscoa, celebrado apenas em abril.
Em março, o consumo doméstico teve crescimento expressivo de 6,96% sobre fevereiro e 2,95% em relação a março de 2024, sinalizando uma retomada robusta dos padrões de gasto.
O levantamento do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) reforça esse movimento, com alta de 1,3% no trimestre e de 3,7% em relação ao mesmo período de 2024.
A recuperação do consumo não ocorre de forma isolada. Diversos vetores têm impulsionado as famílias brasileiras a retomar o ritmo de gastos:
Esses fatores combinados criam uma base sólida para um ciclo de consumo interno não apenas pontual, mas sustentável ao longo dos próximos meses.
O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao trimestre anterior, enquanto os investimentos cresceram 3,1%. Esse movimento foi puxado pela construção civil, produção de bens de capital e pelo setor de tecnologia, principalmente desenvolvimento de softwares e plataformas de petróleo.
O consumo do governo teve expansão tímida, de apenas 0,1% no trimestre, mas ainda assim contribuiu para o fortalecimento da demanda interna. Do lado externo, as exportações cresceram 1,2%, enquanto as importações saltaram 14%, refletindo o aumento na aquisição de insumos e bens de capital.
O conjunto desses resultados evidencia o impacto multiplicador na economia, pois o aumento do consumo das famílias estimula a produção e atrai novos investimentos.
A expectativa para os meses seguintes é de consolidação desse ritmo positivo. Alguns elementos podem dar um fôlego a partir do segundo trimestre:
Essas condições criam oportunidades tanto para consumidores, que podem planejar melhor suas finanças, quanto para empresas, que podem ajustar estoques e estratégias de marketing.
Apesar do cenário otimista, alguns elementos merecem atenção especial:
• Juros ainda elevados pressionam famílias endividadas, tornando o crédito mais caro e limitando o consumo a prazo.
• Volatilidade do cenário internacional pode afetar preços de commodities e a balança comercial.
• Atrasos em reformas estruturais podem reduzir o ritmo de investimentos de longo prazo.
Para enfrentar esses desafios, recomenda-se:
Os dados de consumo do primeiro trimestre de 2025 indicam um movimento consistente de retomada econômica, apoiado pela recuperação do emprego, pela redução da inflação e pelas políticas públicas de transferência de renda. Embora desafios como juros altos e volatilidade externa persistam, há um espaço promissor para que famílias e empresas aproveitem o momento.
Com planejamento e atenção aos indicadores, é possível transformar essas tendências em decisões estratégicas, fortalecendo a economia local e preparando-se para aproveitar integralmente as oportunidades que o próximo trimestre oferecerá.
Referências